Nunca fui um leitor compulsivo – confesso; mediano, talvez; incansável, com certeza. Mas sempre tentei incorporar em minha agenda de leituras bons autores com seus distintos estilos e categorias literárias. Mas percebo com pesar que, para aqueles que desejam leituras que lhes auxiliem na construção de uma espiritualidade cristã sadia, torna-se cada vez mais uma tarefa árdua a escolha de bons títulos. Hoje, tudo se faz com o interesse lucrativo, pouco importando os conteúdos e propostas. Alguns livros pseudo-cristãos são, em sua maioria, um acinte a intelectualidade e ao bom senso, isso porque, tudo (ou quase tudo)hoje se faz de forma descomprometida, pragmática e mercadológica. Nunca vivemos um período em que o mercado se tornou soberano e onipresente na vida humana. Não é de admirar que a religião com as suas múltiplas representações também se transforme em mercadoria. Deus – inclusive.

É simples: Entramos numa livraria evangélica e podemos comprar deus de várias formas, cores e tamanhos. O freguês é quem manda. Encontramos deus em livrinhos de espiritualidade rala, inconsistente, incoerente e insustentável. Os títulos são variados pra todos os gostos e conforme a necessidade do cliente. Vai desde os “7 passos” à “como alcançar” passando pela “a oração de Jabez” e indo até “o segredo da vitória de Davi”. É patético. Livros que são facilmente consumíveis por um público cada vez mais destituído de senso crítico e bom gosto, inclusive. Claro que, em meio a essa enxurrada de literatura que não passa, na verdade, de um aluvião de inutilidades místicas, é possível, pinçarmos um ou outro título, cujo autor vivencia uma espiritualidade cristã verdadeira. Mas a maioria não passa de fraude, de consolo vazio, tentativas de recuperar Deus de forma a não implicar nenhum comprometimento mais profundo com o Reino de Deus e a sua justiça.

Consciente desta situação resolvi dar minha parcela de contribuição compartilhando com você através deste link alguns títulos que li, que reli, que ruminei, que amei. Seguramente devo a alguns deles muito daquilo que sou hoje. Alguns autores são de convicções católica, protestante, ortodoxo, neoliberal. Deixo bem claro que não concordo com tudo aquilo que escreveram, mas tento na medida do possível, “reter o que me for bom”, como bem sugeriu o apóstolo em sua máxima.

Portanto, se você deseja que um novo mundo se abra pra você, vai aí algumas indicações:

André Torres Queiruga - O Fim do Cristianismo Pré-Moderno. São Paulo. Ed. Paulus, 2008.

Fiodor Dostoiévsk – Memórias do Subsolo. São Paulo, Ed. 34, 5ª edição 2004.

Paulo Roberto Gomes – O Deus Im-Potente o sofrimento e o mal em confronto com a cruz, São Paulo, 2007: Edçiões Loyola, p.246

Geza Vermes – Natividade. São Paulo, 2007: Record, p.189

Abraham Joshua Heschel – Deus em Busca do Homem, São Paulo: Rrx, 2006, p. 271.

Frei Betto e Leonardo Boff - Mística e Espiritualidade, São Paulo: Garamond, 2005, p. 208

Eduardo Arens - A Bíblia sem mitos - uma introdução crítica, São Paulo: Paulus, 2008.

Karen Armstrong - Em nome de Deus: O fundamentalismo no judaísmo, islamismo e no cristianismo, São Paulo: Companhia da letras, 2001

Leonardo Boff - Virtudes para um outro mundo possível, vol. I, II, III, Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

Jung Mo Sung - Educar para reencantar a vida, Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

João batista Libânio - Qual o Futuro do Cristianismo, São Paulo: Paulus, 2008.

Jonh Shelby Spong - Um novo Cristianismo para um novo mundo, São Paulo: Verus, 2007.

Gedeon Freire - Protestantismo Tupiniquim, São paulo: Arte editorial, 2005.

Rubem Alves - Variações sobre a vida e a morte - o feitiço erótico erético da teologia, São Paulo: Loyola, 2005.

Ricaqrdo Gondim - O que os evangélicos não falam, São Paulo: Ultimato, 2006.
_____, Orgulho de ser evangélico, São Paulo: Ultimato, 2000.

_____, É proibido - o que a Bíblia permite e a igreja proíbe, São Paulo: Mundo cristão, 1998.

Jonh Stott - Eu creio na pregação, São Paulo: Vida, 2003.